Escrito por Murchana Roychoudhury
Como é que as alterações climáticas estão a afetar os mosquitos que transmitem a malária? A resposta não é tão simples como possa pensar.
As alterações climáticas estão a ter impacto em todas as nossas vidas e a suscitar novas questões sobre o que o futuro nos reserva. Para quem está na linha da frente da luta contra a malária – investigadores, mães e crianças em zonas endémicas e responsáveis pelas políticas de saúde – o que está em jogo não podia ser mais importante. Têm de enfrentar um futuro em que a distribuição da malária pode mudar de forma imprevisível, complicando os esforços para controlar a propagação dos mosquitos, do parasita e da doença.
Investigações recentes, embora ainda não definitivas, fornecem um quadro mais claro, salientando a complexidade e a variabilidade regional do impacto das alterações climáticas na malária e no seu vetor.
A expansão da gama de mosquitos Anopheles africanos
Utilizando dados históricos de 1898 a 2016, os investigadores conseguiram confirmar que a área geográfica do vetor da malária – o mosquito Anopheles – tem vindo a expandir-se ao longo do século XX. Estes mosquitos ganharam terreno tanto em termos de latitude como de altitude, particularmente nas terras altas e no sul de África, onde as áreas outrora demasiado frias para os mosquitos se desenvolverem se tornaram agora mais adequadas.